Mo Yan tornou-se camponês e aos 20 anos, ingressou no Exército, onde foi "funcionário de segurança e instrutor político e de propaganda".
Mo Yan, pseudónimo literário de Guan Moye, que significa "não fales" considera que "um escritor deve enterrar os seus pensamentos e transmiti-los através dos personagens dos seus romances".
O Prémio Nobel da Literatura 2012 foi atribuído ao escritor chinês Mo Yan, de 57 anos.
"Com um realismo alucinatório, Mo Yan funde contos populares, história e o contemporâneo", justificou a Academia Sueca, em Estocolmo.
A Academia explicou ainda que «com uma mistura de fantasia e realidade, perspetivas históricas e sociais», Mo Yan criou um universo que «faz lembrar a complexidade da escrita de William Faulkner e Gabriel Garcia Marquez ao mesmo tempo que procura um ponto de partida na literatura chinesa antiga e na tradição oral».
Mo Yan recebe o Nobel da Literatura 12 anos depois do autor chinês Gao Xingjian ter sido distinguido com o mesmo prémio.
O Nobel da Literatura, considerado o mais prestigiado das letras, tem um valor monetário de 926 mil euros.
Segundo a Academia Sueca, a crise económica internacional implicou uma redução do valor do prémio, que desceu de 1,1 milhões de euros para 926 mil euros.
A sua primeira obra literária, um conto que começou a escrever enquanto ainda era soldado, saiu em 1981. Seis anos depois publicou um romance de grande sucesso, Red Sorghum (‘Sorgo Vermelho’), que seria adaptado ao cinema por Zhang Yimou.
Em Portugal, a única obra de Mo Yan no mercado livreiro foi publicada em 2007, e intitula-se Peito grande, ancas largas, traduzida por João Martins e editada pela Ulisseia.